Há alguns anos atrás, as provas e
testes escolares, bem como os vestibulares e os concursos eram elaborados levando
em consideração apenas o conhecimento factual (de fatos isolados). No entanto, como
vivemos num mundo cercado de textos, não seria justo privar das pessoas o direito
de entender as mensagens diretas e subliminares que as cercam constantemente.
Pensando nisso, a escola fez com que o “decoreba”
cedesse lugar à capacidade de ler e interpretar textos. Tais competências, imprescindíveis
para que o aluno e a aluna se sobressaiam nas “provas” da vida, infelizmente
são dominadas por uma pequena minoria.
Pensando no ENEM e nos
vestibulares que se aproximam, aí vão algumas dicas que, associadas ao estudo e
à leitura prazerosas darão uma mãozinha no momento de responder as provas.
Espero que gostem!!!
É
comum encontrarmos alunos se queixando
de que não sabem interpretar textos. Muitos têm
aversão a exercícios nessa categoria. Acham monótono, sem graça, e
outras vezes dizem: cada um tem o seu próprio entendimento do texto ou cada um
interpreta a sua maneira. Essa é uma concepção equivocada, pois a interpretação
de um texto nada mais é que o reflexo da construção dos conhecimentos gerais
sobre literatura e cultura brasileira adquiridos ao longo das leituras que cada
um faz durante a sua vida escolar. Diante desse problema, seguem algumas dicas
para você analisar, compreender e interpretar com mais proficiência.
1º - Crie o
hábito da leitura e o gosto por ela. Quando nós passamos a gostar de algo,
compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se
familiares a nós mesmos. Não se deixe levar pela falsa impressão de que ler não
faz diferença. Também não se intimide caso alguém diga que você lê porcaria.
Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo você se tornará mais seleto e
perceberá que algumas leituras foram superficiais e, às vezes, até ridículas. Porém
elas foram o ponto de partida e o
estímulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada
tempo de nossas vidas. Não fique chateado com comentários desagradáveis.
2º - Seja
curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.
3º - Aumente
seu vocabulário e sua cultura. Além da leitura, um bom exercício para ampliar o
léxico é fazer palavras cruzadas.
4º - Faça
exercícios de sinônimos e antônimos.
5º - Leia verdadeiramente.
Somos um País de poucas leituras. Veja o que diz a reportagem, a seguir, sobre
os estudantes brasileiros. Dados do Programa Internacional de Avaliação de
Alunos (Pisa) revelam que, entre os 32 países submetidos ao exame para medir a
capacidade de leitura dos alunos, o Brasil é o pior da turma. A julgar pelos resultados do Pisa,
divulgados no dia 5 de dezembro, em Brasília, os estudantes brasileiros pouco
entendem do que lêem. O Brasil ficou em último lugar, numa pesquisa que
envolveu 32 países e avaliou, sobretudo, a compreensão de textos. No Brasil, as provas foram aplicadas em 4,8
mil alunos, da 7a série ao 2º ano do Ensino Médio.
6º - Leia
algumas vezes o texto, pois a primeira impressão pode ser falsa. É preciso
paciência para ler outras vezes. Antes de responder as questões, retorne ao
texto para sanar as dúvidas.
7º - Atenção
ao que se pede. Às vezes a interpretação está voltada a uma linha do texto e
por isso você deve voltar ao parágrafo para localizar o que se afirma. Outras
vezes, a questão está voltada à idéia geral do texto.
8º - Fique
atento a leituras de texto de todas as áreas do conhecimento, porque algumas
perguntas extrapolam ao que está escrito. Veja um exemplo disso:
Texto:
Pode dizer-se que a presença do negro representou sempre
fator obrigatório no desenvolvimento dos latifúndios coloniais. Os antigos
moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indústria
extrativa, na caça, na pesca, em determinados ofícios mecânicos e na criação do
gado. Dificilmente se acomodavam, porém, ao trabalho acurado e metódico que
exige a exploração dos canaviais. Sua tendência espontânea era para as
atividades menos sedentárias e que pudessem exercer-se sem regularidade forçada
e sem vigilância e fiscalização de estranhos.
(Sérgio Buarque de Holanda, in Raízes do Brasil)
- Infere-se do texto que os
antigos moradores da terra eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
d) tanto os índios quanto aos
negros.
e) a miscigenação de portugueses
e índios. (Aquino, Renato. Interpretação de textos, 2ª edição. Rio de Janeiro : Impetus, 2003.)
Resposta: Letra C. Apesar do
autor não ter citado o nome dos índios, é possível concluir pelas
características apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que
extrapola o texto.
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